3.10.11

Joãos.







Quatro ligações perdidas me acordaram nesta segunda-feira quente. Me acordaram daqueles sonhos.
Não, desta vez não foram os sonhos eróticos!
Eu voltava pra lá, para as águas vermelhas, o céu azul. Para a natureza viva, verde. Pra reencontrá-lo. Quando eu cheguei:

"João está morando em Seabra, lá fora ele estudar."

Eu acabara de viajar quilômetros e quilômetros em busca de João, e lá se foi João estudar?
A cidade estava coberta de uma tarde tranquila, batizada por um céu azul-e-branco. Mas João fora embora.
Como a cidade mudou tão de repente com a ausência de João.

Eu acordei e mais uma vez, obviamente, João perdurou em meus pensamentos até a hora do suco de amendoim com guaraná. 

Em mais um começo de noite despretensiosa, carregada de uma preguiça por finais de semana prolongados e muito carboidrato, eu vou em busca melancolicamente de lembranças das antigas viagens. Buenos Aires, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Lençóis, Salvador, João Pessoa, Campina Grande, Sagi, Patos, Brasília, Goiânia... Quantas cidades, quantas pessoas, quantos Joãos.

Me deparei numa página de um amigo porteño. Ele acabara de migrar para o sul. Lá estava Teófilo em General Roca. Mas Teófilo era quase um pedaço do Art Factory. Mas Teófilo fora embora.
E o Art Factory não parecia mais o mesmo sem Téofilo.

Uma pessoa que eu não sei o nome que morava em um lugar que eu não sei qual era, que me cantou algumas dezenas de músicas brasileiras com sotaque espanhol, colocou em seu toca cd's Los Hermanos e desapareceu. 

Tara está na Inglaterra. 

Larissa fez a mesma coisa, largou tudo e todos para fundar um brechó numa cidade com menos de 10 mil habitantes. Mas eu conheci Larissa quando ela já mudada estava. Depois de ter ido embora.

Deitei-me na poltrona da varanda, olhei pro céu e num suspiro como quem tem que apagar as velinhas do seu bolo de aniversário, me fiz mais uma vez a mesma pergunta (e o mesmo desejo):

Quando eu poderei ir também embora?









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