20.9.12

O reencontro de Sophi e Pedro

A muito tempo não escrevia sobre eles dois. E a muito não os via mais juntos, meu coração ficou dilacerado quando percebi que a vida de Sofhi e Pedro já não estavam mais entrelaçadas.

E ela anda bem, o pior de tudo, porque mesmo quando quer acreditar em destino, os garotos de sua idade mostram que ela irá esquecê-lo, daqui a alguns meses, ou menos. Sofhi anda se entregando aos balanços dos seus vinte anos, agindo como se tivesse realmente crescido desde que foi largada aos descasos dos frustrados. E agora vive aquela rotina de álcool, festas e beijos sem compromisso (sentimento), e ainda pior, ela está adorando, porque vez ou outra relembra a era dos treze anos, quando parecia independente. Ops, Sofhi pensa que está crescendo, não sei por onde. Ela está perdida, e leu a pouco que estar perdida também era um caminho. Fez-se caminho, Sofhi; mas se estiver mesmo em algum, ela só sabe que é aquele que a leva do céu a terra, sem queda livre. Lento e gradativo. Sofhi está abrindo os olhos pro mundo, e mesmo que ainda chore ao sentir fome, ela sente a angustiante maldade sendo injetada em suas veias, não pra tanto, apenas pra se defender, já que anda tão sozinha ultimamente. Ah, ela está aprendendo a ser sozinha, grande Sofhi, uma moça.

Pedro, por sua vez, continua o mesmo, com exceção de seus kilos a menos e sua determinação a mais; continua chato, desconfiado, inseguro, sedutor, e sempre com bons assuntos a tratar. Pedro nasceu com sorte. Pedro é homem. Seus olhos continuam com aquela pontinha de quem esconde algo, não só do seu pai ou dos amigos, mas até de si mesmo, aquele tipo de coisa que nem nós mesmos queremos saber, porque as vezes é dificil admitir o quando a vida nos faz covardes. Faz novos amigos. Também beija, e se sexo, ele não me deixou saber, não sabe ele que nos meus sonhos mais obscuros, é isso que me faz desejo, vê-lo com outras, sentindo os seus corpos frios, ou quentes, ver sua boca carnuda beijando o pescoço delas, arrepiando-as, seus dedos sendo introduzidos, a orelha sendo melada, as pernas tremendo, puxando os seus cabelos, beijando os seus seios, olhando nos olhos, os olhos de pidão, os olhos de paixão. Masturbando-as, masturbando-se. Tendo seus orgasmos. Como Pedro me dá prazer, sim, mesmo com outras.

À Sofhi, acho que não.

Eles se reencontraram dia desses, e ela sentiu, como a muito tempo não havia sentido, os olhos de Pedro entrando nos seus, sugando-os. Foi no momento que com o corpo, ela sentia prazer, e com os olhos amor. 'Eu amo você, eu amo você', repetiu Pedro algumas vezes ao longo da noite, da qual em nenhum momento se beijaram, nenhum beijo sequer, para cessar a vontade de Pedro de conquistar o que já é seu. É uma pena que ele fale tanto de algo que ela já não acredita mais ser a solução de seus problemas, já que este, é ele. Abraçaram-se forte, e ele olhava-a como se fosse a primeira vez, com admiração, com extase. Ela? Sofhi estava tão anestesiada que até hoje não sabe o que realmente sentiu quando viu Pedro a tratando com tanto amor, já que ultimamente ele estava tão grosseiro; coitada, abraçou tanto um homem que só a deu as costas nos ultimos tempos que quando ele vira-se novamente a ela, não sabe se deita e rola ou vaza e chora. Chora Sofhi, chora sem culpa.

Sophi continua perdida. Mas agora sabe. Sophi continua amando.