12.4.12

Roda da vida.

"Quando reconhecemos que o momentâneo é um portentoso microcosmo da totalidade dos padrões de sofrimento, com certa brusquidão somos imobilizados neste preciso momento presente. Não podemos nos evadir, impossível racionalizar, não existem culpados. Fazemos uma pausa, sofremos intensamente e observamos as muitas causas e condições que invocaram o pesadelo. É neste momento que estabelecemos a ligação com a origem interdependente, como falamos anteriormente. Instantaneamente sentimos que somos enormemente livres. Todos os padrões giravam ao redor da negação da situação e, enquanto meditamos, aceitamos o que colocamos tanto empenho negando, raia então uma nova compreensão.
A nova compreensão tem vários aspectos. Primeiro, constatamos que a identidade tão cuidadosamente defendida é desnecessária e supérflua. Não será mais preciso consolidar o ego. Resta observar a intensidade do que está ocorrendo e liberar estratégias e defesas. Não tendo um ego com que digladiar, estamos apenas aqui, testemunhando diretamente o que se passa. O prazer é prazer, a dor é dor, sentimos que a ameaça e a promessa estão fora de contexto.
Segundo, esta lucidez com que acabamos de nos deparar é radiosa e vibrante. O fato de que é inevitável nos permite senti-la intensamente, sem lucubrações. O passado e o futuro deixam de ser realidades para nós; existe apenas o momento presente e no momento presente a mente está em repouso. Sentimos o estado desperto que nos é inerente, sem a cobertura de confusão causada pelas emoções a que estamos viciados há tanto tempo. Não precisamos nos defender de quem somos e tais situações nos oferecem a oportunidade de viver com gratidão todas as experiências por que passamos e o cotidiano passa a ser uma aventura."              

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