29.9.10

Para pra ver...


Hoje pela manhã acordei mais cedo que de costume. Segundo o meu relatório semanal, era dia de prova de Psicologia do Ambiente para Arquitetura e Urbanismo. Quando cheguei na faculdade todos os alunos estavam brincando de deficientes físicos e visuais. Tinha algumas cadeiras de rodas, vendas, e outros aparelhos parecidos. Fiquei por mais de meia hora observando aquela cena ilustre – entre conversas bobas – pessoas fisicamente saudáveis brincando de deficientes, algumas pessoas deficientes mentais brincando de saudáveis.
Perguntei a Simara, uma das poucas pessoas sãs que parece ser anormal:
- Por que as pessoas são assim, tão chatas?
- Eu também me pergunto isso.
- Será que deveríamos ser assim também?
 Se continuarmos sendo como somos,
 eles vão acabar ‘massacrando’ a gente;
eu nem sei mais respondê-los.
- É melhor sermos assim como somos.
Se quisermos responder como eles,
podemos acabar sendo influenciadas e tornar-nos iguais.
 Melhor sermos assim,
não corremos o risco de magoar pessoas como a gente.
- É, deve ser!

Passei mais alguns segundos tentando responder a minha pergunta. Por que eles não tentam conversar e serem amigos, por que eles não riem de brincadeiras bobas, por que eles são tão insensíveis e competitivos? Por que os seres humanos, em maioria, são tão sérios?

Daí veio um pensamento em outra dimensão. Por que eu preciso saber disso? Por que eu simplesmente não continuo vivendo e trazendo para perto de mim apenas pessoas sãs – no que significa estar em si pra mim – de fato?
A aula acabou, roubei um café na sala onde se paga caro para estudar ali e peguei minha carona para casa.


Tive um bom dia hoje!